Cientistas estudam características de peixe de "sangue transparente"
A evolução do animal é impressionante e entendê-la podem ajudar em pesquisas sobre as causas de doenças como a osteoporose, por exemplo
03/03/2019 - 07H13/ ATUALIZADO 07H15 / POR REDAÇÃO GALILEU
Opeixe-gelo-preto, conhecido como Chaenocephalus aceratus, passou a ser muito estudado por cientistas do mundo todo a partir do início do século 20. Isso porque o instinto de sobrevivência e as características do animal são únicas. Em um artigo publicado na revista Nature Ecology and Evolution, pesquisadores revelam mais sobre a vida da curiosa criatura.
Conhecido por viver nas águas geladas da Antártida, o peixe-gelo-preto não possui escamas, apresenta ossos finos e sangue tão translúcido que chega a ser transparente.
Leia também:
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+ Cientistas encontram peixes que vivem em região quase sem oxigênio
Os cientistas compararam o genoma do peixe com a de outros animais de parentesco próximo. A partir da análise, descobriram que a espécie vem passando por um processo de evolução ao longo de dezenas de milhões de anos.
A descoberta pode revelar como o peixe-gelo conseguiu se adaptar ao ambiente extremo da Antártida. Épossível ainda entender como a densidade óssea do animal aparece em seu genoma, o que, no futuro, poderá ajudar a entender como os humanos perdem densidade óssea e acabam desenvolvendo doenças como a osteoporose, por exemplo.
Conhecido por viver nas águas geladas da Antártida, o peixe-gelo-preto não possui escamas, apresenta ossos finos e sangue tão translúcido que chega a ser transparente.
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Os cientistas compararam o genoma do peixe com a de outros animais de parentesco próximo. A partir da análise, descobriram que a espécie vem passando por um processo de evolução ao longo de dezenas de milhões de anos.
A descoberta pode revelar como o peixe-gelo conseguiu se adaptar ao ambiente extremo da Antártida. Épossível ainda entender como a densidade óssea do animal aparece em seu genoma, o que, no futuro, poderá ajudar a entender como os humanos perdem densidade óssea e acabam desenvolvendo doenças como a osteoporose, por exemplo.
"Um traço que não é adaptativo em um ambiente pode ser adaptável em outro", disse H. William Detrich, cientista marinho da Universidade Northeastern, nos Estados Unidos, em entrevista ao jornal The New York Times. "Podemos aprender muito sobre fisiologia humana e medicina estudando esses desvios evolutivos."
A investigação continua
Capturado por um zoólogo norueguês pela primeira vez no início do século 20, o peixe-gelo não produz mais glóbulos vermelhos ou hemoglobina - responsável por transportar oxigênio pelo corpo. Todas essas características fizeram com que o peixe conseguisse sobreviver a ambientes hostis.
Capturado por um zoólogo norueguês pela primeira vez no início do século 20, o peixe-gelo não produz mais glóbulos vermelhos ou hemoglobina - responsável por transportar oxigênio pelo corpo. Todas essas características fizeram com que o peixe conseguisse sobreviver a ambientes hostis.
Segundo os responsáveis pelo estudo, o peixe-gelo perdeu suas escamas ao longo do tempo para absorver melhor o oxigênio, que é mais abundante em águas frias.
Além disso, como explica John Postlethwait, biólogo da universidade de Oregon, o sistema circulatório é muito diferente de outros animais, com um coração até quatro vezes maior do que os de outras espécies que possuem sangue vermelho.
Postlethwait chama esses animais de "modelos mutantes evolucionários", já que seus genomas podem explicar por que alguns traços fisiológicos se adaptam em um animal.
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Além disso, como explica John Postlethwait, biólogo da universidade de Oregon, o sistema circulatório é muito diferente de outros animais, com um coração até quatro vezes maior do que os de outras espécies que possuem sangue vermelho.
Postlethwait chama esses animais de "modelos mutantes evolucionários", já que seus genomas podem explicar por que alguns traços fisiológicos se adaptam em um animal.
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