Transição energética em pauta no leilão de petróleo
Diálogos da Transição | epbr Cancelar inscrição
|
|
| |
|
|
Transição no leilão de petróleo |
|
A 16ª rodada de concessão contratou 11 dos 36 blocos de exploração ofertados, em especial na Bacia de Campos, que garantiu o recorde de arrecadação de R$ 8,9 bilhões. E na pauta, a política energética brasileira.
“A transição energética já está em andamento. A nossa matriz energética é das mais limpas do mundo. Agora, essa percepção de que o petróleo é um produto a caminho da obsolescência é uma percepção que todos temos”, afirmou o diretor-geral da ANP, Décio Oddone.
Questionado sobre o que explica investimento em óleo, em um cenário de necessária descarbonização das economias globais, repetiu o que vem dizendo também quando discute exploração e produção em terra, inclusive de gás não convencional: “o maior inimigo do meio ambiente é a pobreza”.
"Dentro desse ambiente de necessidade, ainda, de combustíveis fósseis, é que se insere a estratégia de fazer os leilões e aproveitar os recursos naturais que temos no Brasil para ajudar a tirar brasileiros da miséria."
Em perspectiva: foram contratados hoje (10) projetos de exploração, com potencial para o pré-sal, nas Bacias de Campos e Santos. As empresas não tiveram interesse pelos blocos de Camamu-Almada e Jacuípe, alvo de crítica de ambientalistas, e Pernambuco-Paraíba, também uma área de maior risco exploratório. São investimentos para produzir petróleo em duas a três décadas.
O tom das críticas nas rodadas de licitação de blocos de petróleo vem mudando. Diminuíram as manifestações contra a participação de empresas estrangeiras (seguem firme entre os políticos e nas redes sociais), mas no evento em si, cresce o interesse pelo meio ambiente, inclusive da imprensa independente e de organizações não-governamentais. |
|
“Nossa vocação são os biocombustíveis” |
|
O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, provocado por jornalistas, se posicionou sobre projeto de lei no Senado que pode criar um marco legal para veículos elétricos e híbridos – tem como meta original eliminar os veículos a combustão até 2060, com exceção dos que rodam com biocombustíveis.
Foi pauta na segunda: Novo projeto de estímulos para veículos elétricos e híbridos começa a ser desenhado no Senado
“Essa é uma discussão que não se resume a um determinado ponto de vista e tem que levar em consideração a vocação de cada país. Entendo que o Brasil tem a vocação do biocombustível”, afirmou.
E, em linha com a postura de Bolsonaro, criticou a Alemanha. “O que carrega a bateria do carro elétrico? Carvão, como é a maior parte na Alemanha?”
Já falamos sobre isso aqui: Na Alemanha, o fim do carvão -- país com a maior participação de carvão na matriz, em toda a Europa, entra para a Powering Past Coal Alliance (PPCA)
Bento Albuquerque garante que o Brasil vai cumprir com as metas do Acordo de Paris, “com tranquilidade”.
“Os indicadores mostram isso, não é [apenas] uma vontade, são os próprios indicadores que apontam que cumpriremos, antes dos prazos estabelecidos, todos os compromissos que o Brasil assumiu no Acordo de Paris.”
E falando em carvão, há duas usinas do tipo habilitadas para o leilão A-6, de energia nova, que será realizado na semana que vem (18). São projetos com 940 MW de potência, no Rio Grande do Sul -- Ouro Negro (600 MW) e Pampa Sul 2 (340 MW).
Para o A-4 desse ano, também poderão ser cadastradas usinas a carvão -- esse leilão tem uma inovação: concorrência de energia nova e existente. Contratos para substituir térmicas a óleo vencendo em 2025, mais caras, ineficientes e poluidoras. Mais sobre isso nas Curtas
Aliás, a queima de carvão emite 3,88 toneladas de dióxido de carbono (CO2) por tonelada equivalente de petróleo (tep), que é uma medida de energia. No caso do óleo combustível, são 3,08 tCO2/tep; do diesel de petróleo, 2,98 tCO2/tep; o gás natural varia entre 2,34 a 2,58 tCO2/tep.
No Youtube da epbr: Thiago Barral, presidente da EPE, apresentou, em maio, a visão da empresa de pesquisa sobre o futuro da transição energética brasileira. |
|
Eólicas offshore em desenvolvimento no Brasil |
|
Projeção do Complexo Eólico Bi Energia, em Caucaia (CE). Elaborado pela empresa.
A BI Energia está licenciando um parque eólico offshore, em Caucaia (CE). Trabalho começou em 2016 e foco no momento é na avaliação de impacto ambiental.
Planeja instalar até 59 aerogeradores no litoral da cidade, próxima da capital Fortaleza, com capacidade entre 2 MW e 6 MW. As maiores, num total de 48 geradores, seriam instaladas no mar e outras 11 unidades, menores, com torres sobre um cais de quebra-mar. Potência total de 310 MW e conexão com a rede por meio de uma subestação em Cauípe.
Em março, o Ibama rejeitou uma primeira versão do estudo de impacto ambiental (EIA). Cobrou detalhamentos de planos de trabalho e mais informações exigidas no termo de referência do projeto.
Há também questões de ordem legal, como o cadastramento das empresas envolvidas no Brasil. A BI Energia é uma sociedade dos grupos Imprese e Sviluppo, de origem italiana. Mas o processo está andando.
Pelo ineditismo, processo é acompanhado pela Aneel, em especial pelas áreas do diretor Sandoval Feitosa, e pelo Ministério Público Federal (MPF).
Da Petrobras, falamos na segunda: aerogerador de 5 MW de capacidade, a 20 km da costa de Guamaré (RN). A energia será transmitida por cabos submarinos até a plataforma PUB-3, em Ubarana. Previsão de entrada em operação é 2022.
A Rialma Energia também cadastrou no Ibama o Complexo Eólico Caju Offshore, prevendo instalação de 15 torres em uma zona de transição terra-mar, entre os municípios de Tutoia e Araioses, no maranhão.
E há também o Complexo Eólico Marítimo Asa Branca I, também no Ceará. É da Eólica Brasil e começou a ser desenvolvido no início da década passada. Empresa estima que seria possível instalar dez parques, com 5 aerogeradores cada, totalizando 400 MW de potência. |
|
Primeira autorização para CBio na semana que vem |
|
A JBS Biodiesel será a primeira empresa com usinas certificadas para emissão de CBios, os créditos de carbono que serão comercializados por produtores e importadores de biocombustíveis, como prevê o RenovaBio.
Empresa tem duas usinas em fase mais avançada de certificação -- já passaram por consulta pública --, em Campo Verde (MT) e Lins (SP), com capacidade total de produção de 860 mil litros/dia de biodiesel.
Assunto ainda precisa passar pela diretoria da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), provavelmente, na reunião da semana que vem. Até o momento, 18 consultas foram iniciadas.
Em epbr: RenovaBio movimenta grandes grupos em busca da emissão de créditos de descarbonização |
|
Secretário de Energia Elétrica, Ricardo Cyrino, vai deixar o cargo. Ministério de Minas e Energia (MME) anunciou nesta quinta (10). E a secretária-adjunta de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, Renata Isfer, assumirá de vez a área que é responsável desde a saída de Márcio Félix, em setembro. Falta passar pela Casa Civil.
Aneel está estudando a possibilidade de conversão de usinas termoelétricas a óleo para gás natural. Informação de Edmundo Pochmann, consultor da Abraget (geradoras termoelétricas), que participou de audiência na Câmara dos Deputados esta semana. Preocupação com a descontratação dessas usinas. São 3 GW de potência vencendo em 2025.
Ubrabio realiza seminário sobre RenovaBio na Câmara Municipal de São José do Rio Preto (SP), na sexta-feira da semana que vem (18). Participa o deputado federal Enrico Misasi (PV/SP), além de representantes da ANP, UFRJ, empresas e associações.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) se posicionou sobre a necessidade de aplicação de impostos sobre emissão de carbono. Em comunicado feito hoje (10), afirma que para limitar o aquecimento global em até 2º C ou menos, países que são grandes emissores devem implementar um taxa progressiva até chegar a SU$ 75 por tonelada de carbono em 2030. IMF, em inglês |
|
|
|
|
|
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário