Agora vai: Projeto da Ferrovia Transoceânica a passos largos
Com 4,4 mil quilômetros entre o Atlântico e o Pacífico, passando pelo Acre, ferrovia vai consolidar eixo bilionário de negócios
Romerito Aquino
Faltam ainda milhares de quilômetros de trilhos, os trens, as cargas e os passageiros, mas os governos do Brasil, da China e do Peru estão a todo vapor para vencer a burocracia, os obstáculos e as adversidades para executarem aquela que será uma das maiores obras da América do Sul. Tanto do ponto de vista da economia, da logística e dos recursos que serão necessários para consolidar a maior integração que se tem notícia na região a ser feita por uma só obra.
Estamos falando da mega Ferrovia Transoceânica, que sairá do oceano Atlântico, no Estado do Rio de Janeiro, e se estenderá por 4,4 mil quilômetros até o oceano Pacífico, no Peru, passando pelos estados de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Rondônia e Acre.
Trata-se de uma obra monumental que vai integrar diretamente as economias rurais e urbanas de três das cinco regiões do Brasil (Centro-Sul, Centro-Oeste e Norte), o comércio entre as nações sul-americanas e as transações do continente americano com o gigantesco mercado consumidor da China, a nação mais populosa do planeta. E com ganhos para todos os lados.
Inserida no novo pacote de investimentos chinês no Brasil da ordem de 50 bilhões de dólares, a Ferrovia vem demandando inúmeras reuniões em vários lugares nos três países, que correm contra o tempo para firmar um eixo de comércio que vai envolver, nas próximas décadas, transações bilionárias de mercadorias e produtos de interesse de nada menos que 1,6 bilhão de pessoas, correspondente a um quarto ou 25% da população do planeta.
A última dessas reuniões se deu no mês de março (08/03), em Porto Velho (RO), onde estavam presentes o embaixador da República Popular da China, Li Jinzhang, uma comitiva de empresários chineses e representantes dos governos de Rondônia, do Mato Grosso e do Acre, que foi representado pela vice-governadora Nazaré Araújo.
Sentados e falando de muitos números, cifras e dados, os brasileiros e chineses passaram horas trocando informações técnicas e comerciais entre os dois países, dentro do acordo trilateral que foi assinado pelo Ministério dos Transportes do Brasil, a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma da China e o Ministério de Transportes e Comunicação do Peru para a realização de estudo de viabilidade da construção da gigantesca ferrovia.
Reduzindo distâncias e custos de transporte
Sempre dentro da ótica e da meta de reduzir distâncias e custos de transporte, brasileiros e chineses também avançaram nas discussões dos aspectos financeiros, econômicos, de meio ambiente, de produção, de demanda, de mercado e de logística, entre outros, para viabilizar, construir e colocar em funcionamento a ferrovia no menor tempo possível, ainda estimado de cinco a sete anos.
Em tratativas desde o início de 2015, quando da visita ao Brasil do primeiro ministro chinês Li Kepiang, o projeto de construção da Ferrovia já consta como prioritário nas pautas e agendas de governos, ministros, governadores, prefeitos, senadores, deputados e outras autoridades dos três países.
Para o governador Tião Viana, a construção da Ferrovia Transoceânica será de importância fundamental para o futuro do Acre, da Amazônia e de todo o Brasil, encurtando caminho e distâncias e promovendo facilidades para a exportação dos produtos agroflorestais acreanos para os países sul-americanos, a costa oeste dos Estados Unidos e o mercado asiático, além dos negócios entre os estados brasileiros por onde a ferrovia vai passar.
“Esperamos que essa ferrovia, que é uma meta da nossa presidenta Dilma Rousseff, possa ser consolidada o mais rápido possível, garantindo mais mudanças favoráveis para todos nós, da região da Amazônia Ocidental”, destaca o governador.
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